domingo, 15 de novembro de 2020

MEMÓRIA RETIRANTE


 

MEMÓRIA RETIRANTE

Alex Rocha

Óleo sobre tela

80 X 100 cm

2020









 Memoria retirante emoldura uma espécie de fotografia antiga de família que buscou através do movimento mais que a mudança geográfica, a esperança. O trabalho faz parte de uma série que se apoia no imaginário popular - estética e cultura.

Uma memória inventada, mas nem por isso falsa, de algum lugar que está para além de um espaço geográfico. 

O texto a seguir não foi feito objetivamente para ilustrar esse trabalho, tão pouco, fala de uma família de retirantes, contudo,  se refere a memória.   Dez anos de casamento do meu amigo e compadre Cláudio. Gostei tanto do texto que resolvi compartilha-lo associando  esse a meu trabalho.


Uma singela homenagem (atrasada) a uma década de casório. 

E com atraso, dez anos de casados. 
A quem diga que foi fácil, mas se quiser eu mostro os calos... 
No começo, dois meninos com uma estrada pela frente..., semeando com suor , igual ao que sai do rosto da gente. 
Muita coisa alcançada e ainda a alcançar, sempre de olho no compasso, para não desafinar. Ventania no sertão, querendo bagunçar, mas o que Deus uniu, nem lampião pra separar. 
Se sou digno eu num sei, mas na peleja eu me formei... 


 E se perguntar do meu futuro? Diga que serei um rei. E que bom que mentir eu sei.
 Boda é coisa de rico, a medida é saco de sal, que se leva uma vida pra comer junto. 
Uma cantiga, um violão e pouco tostão, assim se fez essa canção.
 És sempre livre pra voar, mas se desejar ficar, será o melhor lugar.

Cláudio Marques

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