O MAIS DESPREZADO DOS HOMENS
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Alex Rocha
E todos
refletiam sobre o fim, sobre o fim do mundo.
O caldeirão era mexido. Na TV,
noticias sobre novos velhos conflitos entre Israel e palestinos; a crise
econômica na Europa; a impopularidade do presidente francês...
Apagaram-se as luzes na cidade das luzes.
Na América, tanto Obama como também
os desempregos continuam. Na Venezuela, Hugo Chaves admite pela primeira vez um
possível afastamento da presidência.
É fim do mundo!
No Brasil, deus é brasileiro! Tudo
continua normal. As mesmas manchetes, novos e velhos personagens da corrupção
são destaque em horário nobre...
“Até tu Lula” tem seu nome mencionado
em escândalos.
É o fim do mundo!
Enquanto isso em nosso mundo,
“Itapetinga” com seu dístico glorioso...
É fim do mundo!
Agora a quimera que engolia
trabalhadores da região, vomita agonizante esses mesmos trabalhadores.
É o fim do mundo!
E o pior, estamos todos assustados
olhando para o firmamento, para os asteróides e constelações, esperando e
procurando o fim. E o fim está dentro de nós. Na intolerância de todos os tipos,
na incompreensão, no nosso egoísmo, na nossa racionalidade e falta da mesma, na
falta de compaixão e insensibilidade, no nosso costumeiro poder de achar que
tudo é normal.
Falta misericórdia, compromisso,
altruísmo, em fim, falta amor...
Realmente estamos chegando ao fim!
Alex Rocha