segunda-feira, 16 de setembro de 2019

UM PÁSSARO EM POSE GARBOSA







Um Pássaro em Pose Garbosa
Alex Rocha
Óleo sobre tela
50 X 70
2019









Pássaro em pena, pintura
Arte divina, candura
Preso em gaiola, tortura
Asas voando, soltura.

Corta o pincel, escultura
na tela os limites, moldura
nasce a feliz criatura
da arte divina, tão pura.

Passa um menino, sorri
Viaja pra longe de si
Sonha voar pelo mundo
Voltar no mesmo segundo

Na mesa o café esfriando
E a tinta que vai escorrendo
Escuto o leitor admirando:
-Madeira está derretendo!

É que a mente tão fértil, engenhosa
Esculpiu tal madeira formosa
Na tela tão branca e lustrosa
Um pássaro, em pose garbosa.

Por Nilton Cirqueira

terça-feira, 16 de julho de 2019

AS TRAMELAS DE DOM SEBASTIÃO








As tramelas de Dom Sebastião
70 X 1,00 cm
Óleo sobre tela
Alex Rocha
2019













Durante três anos, de 1835 a 1838, na Serra do Catolé, em São José do Belmonte, Pernambuco, uma comunidade com cerca de mil pessoas morou próximo às pedras de 30 e 33 metros de altura, sob a liderança do jovem João Antônio dos Santos e posteriormente de seu cunhado João Ferreira; a partir dali nasceria à fantástica história das "Pedras do Reino". A crença era baseada no sebastianismo. Inspirado em cordel sobre D. Sebastião, João Antônio dizia que o mitológico rei português (morto no século 16 em batalha contra os mouros) desencantaria ali, e acreditavam no aparecimento, em pleno sertão, do Reino Encantado de Dom Sebastião, revivendo, assim, a lenda lusitana do rei que retornaria para restaurar a soberania do Império Português, livrando o povo das mazelas. A espera terminou com o massacre da Pedra do Reino, em que 53 pessoas, dentre essas, 20 crianças; e 14 cães morreram em sacrifício, entre os dias 14 e 16 de maio de 1838.

Dom Sebastião foi o Rei português morto em 1578 quando, aos 24 anos, se lança numa nova Cruzada, rumo ao Marrocos. Na tentativa de converter mouros em cristãos, desaparece na batalha de Alcácer Quibir. Seu corpo nunca fora encontrado. Portugal anos depois passa para as mãos espanholas. Cresce em terras lusas o sonho de que D.Sebastião um dia retorne para restaurar o Império Português. O mito se estabelece.

No Brasil, o mito sebastianista da Pedra do Reino prometia que o Rei finalmente voltaria do deserto instalando aos pés da Pedra Bonita – nome primitivo da Pedra do Reino – um Reino Encantado. Distribuiria riqueza, terras e libertaria os negros da escravidão. O sangue dos fiéis derramado nas Pedras - pregava o líder dos sebastianistas - abriria caminho para o “desencantamento” do Rei. 
O Movimento fanático surgiu no município de Floresta (em área que depois integraria o município de São José do Belmonte), interior de Pernambuco, em 1836, um ano depois de o estado sofrer uma grande seca. Teve início com as pregações do beato João Antônio. O beato foi logo seguido por uma legião de adeptos, mas, pressionado por padres católicos, desistiu da iniciativa. Dois anos depois, João Ferreira (um cunhado do beato João Antônio) reinicia o movimento, com as mesmas promessas de criação do "Reino Encantado". O fanático João Ferreira reunia seus seguidores em torno de um grande rochedo;a "Pedra do Reino"; e dizia que, para que o rei Sebastião revivesse e pudesse realizar o milagre da riqueza, era preciso que a grande pedra ficasse totalmente tingida com sangue humano. Quem doasse o sangue para a volta do rei seria recompensado: velhos ressuscitariam jovens; pretos voltariam brancos e todos, além de ricos, seriam imortais na nova vida. Tiradas de suas lavouras pelo flagelo da seca, famílias de agricultores acamparam em volta da rocha e passaram a aguardar o milagre. 


Os registros oficiais sobre a Pedra do Reino citam uma beberagem à base de manacá com jurema servida por João Ferreira aos seus seguidores, durante as cerimônias sebastianistas. Um é raiz; a outra, erva. Ambos, fortes alucinógenos. João Ferreira proclamou-se "rei" e estabeleceu os costumes da comunidade ali formada. Por exemplo, cada homem poderia ter várias mulheres, mas cabia ao "rei" o direito da primeira noite: ele dormia a noite de núpcias com a recém-casada, devolvendo-a no dia seguinte ao marido. Todas as outras normas de conduta também eram ditadas por ele. A tentativa de tingir a pedra com sangue humano (para que, finalmente, o milagre acontecesse) foi levada à prática durante três dias de maio de 1838. O primeiro a ser degolado foi o pai do "rei" João Ferreira. Outras 50 pessoas foram sacrificadas, a maioria crianças. Mas, mesmo assim, o rei Sebastião não apareceu. Os fanáticos, então, decidiram sair em procissão, tendo à frente João Ferreira. Encontraram uma patrulha e foram massacrados.

Fonte:www.sobrenatural.org.br

terça-feira, 21 de maio de 2019

AUTORRETRATO



























AUTORRETRATO
Óleo sobre tela
50 X 70 cm
Alex Rocha
2019









Ao nascer eu não estava acordado, de forma que Não vi a hora.
 Isso faz tempo.
Foi na beira de um rio.
 Depois eu já morri 14 vezes. 
Só falta a última. 
Escrevi 14 livros. 
E deles estou livrado.
 São todos repetições do primeiro. (Posso fingir de outros, mas não posso fugir de mim.) 
Já plantei dezoito árvores, mas pode que só quatro.
 Em pensamento e palavras namorei noventa moças, mas pode que nove.

 Produzi desobjetos, 35, mas pode que onze. 
Cito os mais bolinados: um alicate cremoso, um abridor de amanhecer, uma fivela de prender silêncios, um prego que farfalha, um parafuso de veludo, etc etc. 
Tenho uma confissão: noventa por cento do que escrevo é invenção;
 só dez por cento que é mentira.
 Quero morrer no barranco de um rio: - sem moscas na boca descampada!



AUTORRETRATO (Manuel de Barros)

quarta-feira, 15 de maio de 2019

GRATIA PLENA










Gratia Plena
20 X 30 Cm
óleo Sobre Tela
Alex Rocha
2019














De olhos fechados
 Sem abrir a boca 
Ela me falou de amor
 E todas as palavras 
 Estavam naquela lágrima 
 Banhando seu rosto 


Antônio Maciel

segunda-feira, 1 de abril de 2019

MELANCOLIA







MELANCOLIA
Óleo sobre tela
0,50 X 0,70 cm
Alex Rocha
2019







Melancolia



 No rio surgiu um peixe
 Alegre e saltitante 
Glub glub; Fish Fish… 
 Brincava e comia…
 Saltava e comia… 
 Até que um dia… 
No rio caiu o rejeite… 
E o Fish nada via…
Não respirava, não mexia… 
Não nadava, nem comia… 
Melancolia...
Crote crote, ave Maria! 
O Fish ficou confuso, 
Nem de peixe ele entendia… 
 Até que um dia… 
O peixe comeu um parafuso… 

 Júlia Lícia

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Cangaceiro


























Cangaceiro
Óleo sobre tela
0,60  080 cm
2019
Alex Rocha







 Ê Cangaceiro, Onde mora lampião 
Mora junto de São Pedro 
Lhe contando a região Sertão, meu sertão 
Onde está Lampião
 O famoso cabra da peste E Maria sua paixão
 Nasceu na terra de valente
 Onde a faca não só corta cana corta gente
 Viveu na terra de valente 
 Onde a faca dança e roda corta e mata gente 
E quem morre primeiro deixa o amigo pra enterrar 
É mais uma cruz que marca uma história pra contar

 Você recado de gente 
De cara valente que nem Lampião
 Não tem mais cavalo e nem sela
 E seu maço de vela já parou de queimar
 Eh Cangaceiro, Onde mora lampião 
Mora junto de São Pedro 
Lhe contando a região 
Sertão, meu sertão 
Onde está Lampião
 O famoso cabra da peste
 E Maria sua paixão 
Nasceu na terra de valente
 Onde a faca não só corta cana corta gente 
Viveu na terra de valente
 Onde a faca dança e roda corta e mata gente 
Onde a faca dança e roda corta e mata gente 
Onde a faca dança e roda corta e mata gente 
Onde a faca dança e roda corta e mata gente 
Onde a faca dança e roda corta e mata gente




Lampião Banda de Pau e Corda