domingo, 15 de novembro de 2020
domingo, 13 de setembro de 2020
CANGACEIRO
CANGACEIRO
Óleo sobre tela
0,50 X 0,70 cm
Alex Rocha
2020
A Mágoa de um Caboclo
Seu moço me diga algo
Que eu vou lhe perguntar
Como pode hoje em dia
Do jeito que a coisa tá
O pobre viver tranquilo
Magro fino igual um grilo
Sem dinheiro pra comprar?
Seu moço sou gente humilde
Tenho vergonha na cara
Trabalho suando a camisa
Isso ai nem se compara
Esse é o meu lamento
Carregado pelo vento
Tenho o físico de uma vara.
Pra sustentar a família
Eu aqui corto dobrado
Tiro leite e Planto a roça
E ainda trabalho o gado
E na boquinha da noite
Eu trabalho com machado.
Antigamente seu moço
Eu não comprava de nada
Minha roça era sortida
Eu pegava de carrada
Colhia tanto alimento
Que até o meu jumento
Vinha comendo na estrada.
Hoje eu olho as barracas
Nas feiras da região
Tudo custa uma fortuna
Para o pobre cidadão
Pois assim ninguém aguenta
Até um mói de pimenta
Eu vi vendendo no chão.
Ai que lembrança da terra
E da casa de farinha
De quando faltava a carne
Eu matava uma galinha
Seu moço a minha tristeza
Eu lhe digo com franqueza
É saudade do que eu tinha
Fica aqui a minha mágoa
De um pobre trabalhador
Que nasceu no pé da mata
Mais dá lição em doutor
Que sempre viu a beleza
E tirou da natureza
Só o que ela deixou.
Autor: Cleber Sardinha
sábado, 15 de agosto de 2020
O CAÇADOR E UMA FLECHA SÓ
Óleo sobre tela
Alex Rocha
Esse trabalho só foi possível graças ao processo que venho sofrendo, já alguns anos, de descolonização. Exercício difícil, muitas vezes doloroso, mas, necessário para quem deseja ler mais que as palavras – o mundo, e que, portanto, pode ser tocado pela possibilidade de torna-se negro ainda que sua pele seja preta. A série “Coisas do Sagrado”, sequência de trabalhos com temas religiosos que estão diluídos no meio cultural, tem possibilitado ainda mais essa reflexão.
A riqueza do legado afro-brasileira é imensurável, mesmo com todas as ultrajantes tentativas de apagamento ao longo dos séculos. A arte, religião, a cultura produzida pelas mãos e pelo intelecto dos pretos e pretas em diversos lugares, mas sobretudo, aqui. do lado de cá do Atlântico, tem sofrido preconceito no sentido mais sórdido da palavra. Contudo, parece que a natureza ontológica desses povos sempre foi de resistência.
“O Caçador de uma Flecha Só” é um olhar, tímido, mas desejoso de aprender, para esse lugar- a cultura afro-brasileira.
Alex Rocha
terça-feira, 5 de maio de 2020
Canto do Desassossego em Dias de Lua Minguante
terça-feira, 21 de abril de 2020
AVE LIBERDADE
AVE LIBERDADE
Óleo sobre tela
50 X 70 cm
Alex Rocha
2020
sexta-feira, 17 de abril de 2020
ANJO EM PERFIL
ANJO EM PERFIL
Óleo sobre Tela
40 X 50 cm
Alex Rocha
2020
sexta-feira, 6 de março de 2020
O DIVINO
O DIVINO
óleo sobre tela
0,40 X 0,50
Alex Rocha
2019
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.
O que Deus quer é ver a gente
aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais,
no meio da alegria,
e inda mais alegre ainda no meio da tristeza!
A vida inventa!
sábado, 22 de fevereiro de 2020
UM ANJO
UM ANJO
Óleo sobre tela
0,40 X 0,50
Alex Rocha
2019
Landro Gomes de Barros
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020
A ESPERANÇA
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020
O LUMIAR DO LAMPIÃO
O Lumiar do lampião
Alex Rocha
Óleo sobre tela
0,80X100 cm
2019
Ê Cangaceiro,
Onde mora lampião
Mora junto de São Pedro
Lhe contando a região
Sertão, meu sertão
Onde está Lampião
O famoso cabra da peste
E Maria sua paixão
Nasceu na terra de valente
Onde a faca não só corta cana corta gente
Viveu na terra de valente
Onde a faca dança e roda corta e mata gente
E quem morre primeiro deixa o amigo pra enterrar
É mais uma cruz que marca uma história pra contar
segunda-feira, 16 de setembro de 2019
UM PÁSSARO EM POSE GARBOSA
Um Pássaro em Pose Garbosa
Alex Rocha
Óleo sobre tela
50 X 70
2019
terça-feira, 16 de julho de 2019
AS TRAMELAS DE DOM SEBASTIÃO
As tramelas de Dom Sebastião
70 X 1,00 cm
Óleo sobre tela
Alex Rocha
2019
terça-feira, 21 de maio de 2019
AUTORRETRATO
AUTORRETRATO
Óleo sobre tela
50 X 70 cm
Alex Rocha
2019
Ao nascer eu não estava acordado, de forma que Não vi a hora.
Isso faz tempo.
Foi na beira de um rio.
Depois eu já morri 14 vezes.
Só falta a última.
Escrevi 14 livros.
E deles estou livrado.
São todos repetições do primeiro. (Posso fingir de outros, mas não posso fugir de mim.)
Já plantei dezoito árvores, mas pode que só quatro.
Em pensamento e palavras namorei noventa moças, mas pode que nove.
Produzi desobjetos, 35, mas pode que onze.
Cito os mais bolinados: um alicate cremoso, um abridor de amanhecer, uma fivela de prender silêncios, um prego que farfalha, um parafuso de veludo, etc etc.
Tenho uma confissão: noventa por cento do que escrevo é invenção;
só dez por cento que é mentira.
Quero morrer no barranco de um rio: - sem moscas na boca descampada!
quarta-feira, 15 de maio de 2019
segunda-feira, 1 de abril de 2019
MELANCOLIA
MELANCOLIA
Óleo sobre tela
0,50 X 0,70 cm
Alex Rocha
2019
Melancolia
Não respirava, não mexia…
Melancolia...
Nem de peixe ele entendia…
Até que um dia…
O peixe comeu um parafuso…
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
Cangaceiro
Cangaceiro
Óleo sobre tela
0,60 080 cm
2019
Alex Rocha
Lampião Banda de Pau e Corda
terça-feira, 25 de dezembro de 2018
BRAMURAS DE SÃO FRANCISCO
AO VAQUEIRO
sábado, 14 de julho de 2018
CABEÇA DE SÃO FRANCISCO
Cabeça de São Francisco
Alex Rocha
Óleo sobre tela
060 X 0,70 cm
2018
Guimarães Rosa, “Grande Sertão: Veredas”. 1994, p. 76.